ÚNICO CONDENADO PELAS MANIFESTAÇÕES É NEGRO, JOVEM E POBRE - ISTO É BRASIL!!!

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Esta reportagem do Jornal 247, demonstra o que o Brasil é atrás dos panos, embora todo mundo já saiba que no final quem leva o culpa é sempre o mais fraco e muitas vezes o inocente. Uma triste realidade que não quer se apagar nesta Terra de Santa Cruz.

 

Rafael Braga Vieira, de 26 anos, nascido na Vila da Penha, no Rio de Janeiro, que diz nunca ter participado de uma manifestação, foi condenado a cinco anos de prisão por posse de explosivos: ele carregava uma garrafa de Pinho Sol e outra de cloro. Especialistas afirmam ser impossível fazer um coquetel molotov com uma garrafa de plástico. Mesmo assim Rafael cumpre pena em Bangu 5. Uma condenação anterior por roubo pode ter influenciado o juiz.

 

Favela 247 – Centenas de pessoas foram presas em todo o país o país durante as manifestacões de junho do ano passado que levaram milhares de pessoas às ruas. A única pessoa condenada até hoje foi Rafael Braga Vieira, de 26 anos. Ele foi preso por portar uma garrafa de Pinho Sol e outra de cloro.

 

Em entrevista para Matias Maxx, da revista Vice, Rafael diz ter nascido na Vila da Penha e trabalhar garimpando o lixo para revender o que encontrava pelas calçadas da Praça XV. Ele, que afirma nunca ter participado de uma manifestação, foi condenado no estatuto do desarmamento por posse de explosivos, e cumpre a pena de cinco anos em Bangu 5. Rafael acredita ter sido sentenciado por já ter sido condenado por roubo anteriormente.

 

Segundo reportagem da Agência Brasil, defensores dos Direitos Humanos questionaram a condenação do rapaz. Lucas Sada, advogado do  Instituto de Defensores de Direitos Humanos (IDDH) afirma ser impossível confeccionar um coquetel molotov utilizando uma garrafa de plástico.

 

Rafael Braga Vieira fez 26 anos dia 31 de janeiro. Nascido e criado na Vila da Penha, no Rio de Janeiro, trabalhava como garimpeiro urbano, coletando antiguidades e objetos usados no lixo para vender no “Dingo Mall” como é conhecida a feira de coisas usadas montada por moradores de rua nas proximidades da feira de antiguidades da Praça XV. No dia 20 de Junho de 2013, a PM carioca utilizou cavalaria, Tropa de Choque, muitas bombas e o famigerado Caveirão contra as centenas de milhares de pessoas que se manifestavam contra o aumento das passagens em frente à prefeitura. Enquanto alguns resistiam com escudos e barricadas, impedindo o avanço da tropa, vários manifestantes se espalharam pelo centro ateando fogo em lixo e quebrando vidraças de bancos. Por volta das 18h, Rafael, que diz nunca ter participado de manifestação nenhuma, voltava de seu garimpo para um sobrado abandonado onde ele morava. Ele declara que lá encontrou duas garrafas de produtos de limpeza que pretendia levar para uma tia, quando foi abordado por PMs e conduzido à delegacia, onde as garrafas se transformaram em coquetéis molotovs.

 

Rafael foi condenado no estatuto do desarmamento, por posse de explosivos e cumpre a pena de cinco anos no Presídio Elisabeth Sá Rego, também conhecido como Bangu 5. Trata-se de uma penitenciária de regime fechado, destinada normalmente a condenados ligados à facção criminosa Comando Vermelho, que controla a comunidade onde Rafael foi criado. Mesmo sem envolvimento com o crime organizado, o fato de ser cria de uma comunidade dominada por uma facção rival costuma ser uma sentença de morte no sistema prisional do Rio de Janeiro. Acompanhado de agentes e da assessoria de imprensa da SEAP, conversei por vinte minutos com Rafael. Com fala mansa e um triste conformismo, ele me contou a história da única pessoa condenada após ser presa nos protestos que tomaram conta do país desde junho do ano passado.

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