A Um Amigo Com Carinho!

Um grande amigo meu, neste dia 25 de fevereiro partiu para um mundo, que para mim ainda é desconhecido. Quando um amigo morre você não o perde, porque ele continua vivo nas lembranças, em nosso coração e cada pensamento a seu respeito traz grandes recordações, alegrias e isto aquece a alma e aproxima aquele que já foi, mas que permanece.

 

Este meu amigo tinha uma pecuária na esquina da Rua Cel. José Júlio com a Rua Lúcio Leonel e toda tarde nós (eu e alguns amigos de várias idades), encontrávamos sentados entre os sacos de rações, rolos de cordas entre outros assentos improvisados e passávamos a tarde em um clima de amizade que traz grande saudade.

 

Conheci este amigo através de outro querido amigo, Gibinha (Gilberto Piovesan Filho), também já falecido e tínhamos na época uns 15 ou 16 anos, Gibinha era mais novo, devia ter entre 12 a 14 anos e trabalhava na pecuária e foi assim que fui criando raízes naquela loja e conhecendo a cada dia mais o universo de bondade que orbitava este homem que carinhosamente chamávamos de Seu Chico (Francisco Dias Cardoso).

 

A verdade é que Seu Chico era para nós um guia seguro e como um farol que traz segurança às embarcações, da mesma forma ele iluminava, apontava, demonstrava e diferenciava o certo do errado, aconselhando, chamando a atenção para os erros de uma forma tão natural, carinhosa e amiga, que hoje vendo esta cena distante 30 anos, percebo um filósofo que não se chamava Sócrates, mas Francisco, o querido Seu Chico.

 

Éramos seus discípulos. Éramos não, somos seus discípulos e sempre seremos. Seus ensinamentos estão presentes todos os dias em nossa mente, sua bondade e dedicação ainda demonstram para nós como agir, sua honestidade e ética ainda nos lembram em vários momentos o que é ser homem. Sua calma, sua fala mansa, seu cigarro de palha, suas histórias de vida, seus conselhos...

 

Sinceramente, não consigo descrever todo sentimento que nutro pelo Seu Chico. Sempre que o encontrava, já mais velho, longe da pecuária, seu carinho em me chamar de Zezinho, seu interesse pela minha vida, seus elogios por eu ter feito isto ou aquilo, era a mesma mão, era o mesmo abraço, era o mesmo semblante, era a mesma bondade, era a mesma sabedoria, era o mesmo carinho, era o mesmo homem, sempre.

 

Espero que lá onde o Seu Chico está e sei que é um lugar bom, ele novamente monte uma loja pecuária e aos poucos possamos todos nós nos reunirmos novamente, até que um dia a turma toda esteja completa e sentados nos sacos, nos rolos de cordas, cada um a seu canto e a seu modo, possamos escutar as mesmas palavras, ditas com o mesmo amor, o mesmo carinho, o mesmo ensinamento.

 

Para Seu Chico com carinho!



 





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