Que bom casabranquense deixa de conhecer Vandico?! Mas não muitos sabem, ou não se lembram como deveriam, do quanto Vandico já contribuiu e contribui para as boas coisas que Casa Branca teve e ainda tem!
Vandico cresceu em uma linda família, conhecida pelos casabranquenses, composta de pessoas especiais. Filho de Hugo Zanchetta e dona Zulmira Maschieto Zanchetta, com o irmão que o antecedeu, Vinícios José (Lelé), e os mais novos: Antônio Marcos (Toninho), Pércio Augusto, Luiz Gonzaga (Irmão Luizinho) e Licínio Cláudio. Com nove anos de idade ajudava seu pai a entregar o pão pela cidade. Seu pai, narra Vandico: “..._ ia na direção de uma Ramoninha, carrinho antigo, todo fechado com a portinha atrás que meu pai adaptou, enquanto meu irmão mais velho Lelé, ia de um lado e eu de outro, ambos em pé nos estribos do veículo, deixando o pão de manhãzinha, nas residências.”
Quando estava com seus catorze anos, em 1948, sua mãe que estava em período de gravidez, perdeu o bebê e veio a falecer em decorrência do parto, na cidade de Campinas. Para auxiliar seu pai na criação dos seis filhos, veio de São Paulo onde trabalhava com alta-costura, sua tia Conceição Maschieto, irmã de sua mãe, que como conta Vandico: “..._ suportou um pesado fardo, com três jovens e três garotos ainda pequenos para cuidar, e ainda assumiu a confeitaria na padaria, como minha mãe fazia, mas sem estar habituada àquilo! Passei a ajudá-la com os doces e até bolos enormes de grandes casamentos fizemos!”
Trabalhando na padaria, e já na Escola Normal, Vandico que era um esportista nato se destacava no esporte, nas três modalidades, principalmente no vôlei e basquete, porque no futebol de salão ainda era o goleiro substituto. Teve como professor, entre outros, Germano Cassiolato, sempre instruindo e incentivando os alunos da escola Normal, marcando jogos nas férias com times de fora, o que ajudava muito no esporte casabranquense. Vandico lembra, que: “..._gostava muito do vôlei, e era o levantador do Maurício Bacci e Zito Pernaiada; o basquete era o destaque da época, estava na moda, jogávamos bastante; e no futebol de salão eu era o goleiro substituto, até que nos jogos importantes de Poços de Caldas quando estávamos perdendo, fui colocado no jogo e acabamos ganhando, viemos embora com a vitória; depois disso, passei a ser o goleiro titular. Aqui, me foi reportada a notícia por Ary Marcondes e Lauro Basile, que fui elogiado como atleta perfeito do ano naqueles jogos, e me trouxeram uma medalha!” Depois disto este time, em jogos abertos e fechados, foi comandado por Majella Furlani por muito tempo como treinador. Vandico fez o Tiro de Guerra no ano de 1953 e formou-se professor em 1954 (junto com Ganymédes) e continuou jogando por vários anos, até que os companheiros se dispersaram saindo de Casa Branca para trabalhar, e como ele nunca deixou de trabalhar na padaria, continuou aqui em nossa Casa Branca mas acabou parando com os jogos. Por distração jogou ainda um pouquinho de handebol e bateu umas bolinhas de tênis, mas muito pouco, só por esporte.
Sempre gostou de plantas como seu pai, que cultivava lindas roseiras na chácara, e por seu incentivo começou a juntar pauzinhos e plantar orquídeas. Conta que : “…_a primeira florzinha pegamos na chácara de tio Pier e aí os amigos Arlindo Peres e Ary Marcondes que já tinham vasos de orquídeas me deram alguns vasos, e acabei formando um ranchinho com os vasos.” Seu pai faleceu em 1972. Continuando com as orquídeas, construiu a estufa em 1976 e teve maravilhosas flores, chegando a ser orquidófilo campeão brasileiro em 1979/80/81. Conta Vandico, que “...a estufa foi linda, gostava de manter as flores também para atrair Luizinho porque ele gostava muito, e quando vinha adorava, mas acabou em 1982, hoje nem tem mais flores!” Luizinho, seu irmão, era Irmão da Igreja Católica, e fazia seu trabalho longe. Portador de bronquite e trabalhando por fim no frio do Chile, aqui e em Itararé, acabou falecendo. Sua tia Conceição faleceu alguns meses depois.
Após a morte da tia, Vandico continuou sozinho na função de confeiteiro que a tia comandava e até hoje é o “artista” que faz a famosa queijadinha. Vandico em meio a quatro tabuleiros de queijadinha recém- tirados do forno e cada um com uma coloração, diz “..._nós antigos, gostamos das morenas, mas tem que ter para todos os gostos! E essa massinha da queijadinha é enjoada...”. Faz o bombocado, a bomba, a margarida, a lua-de-mel, a canelinha, o biscoitinho de polvilho, doces antigos que não se vêem mais, e que são sempre procurados na “PADARIA DO HUGO” pelos casabranquenses “da gema”, presentes e ausentes que vêm matar saudades!
Em 1985, Vandico foi convidado para participar do Coral Municipal de Casa Branca, e até hoje, às quartas-feiras, tem esse compromisso: ensaio do coral! E assim, como já levou alegrias aos casabranquenses com as conquistas esportivas, com os prêmios das lindas orquídeas, ainda leva esta voz maravilhosa de tenor nas apresentações deste festejado coral!
Vandico nasceu aos 18 de fevereiro de 1934. Trabalhou com seu pai na Padaria Zancheta desde os 9 anos. Fez o Tiro de Guerra em 1953. Formou-se professor pela Escola Normal de Casa Branca em 1954. Foi grande esportista nas décadas de 50 e 60 recebendo o elogio de atleta perfeito do ano nos jogos abertos em Poços de Caldas. Orquidófilo campeão brasileiro nas décadas de 70 e 80. Tenor do Coral Municipal desde 1985 até hoje. Sócio-proprietário e confeiteiro da Padaria Zancheta aos 78 anos: “..._me dedico à padaria, para o bem dos fregueses!”
Hoje na Padaria Zanchetta, que era de todos os irmãos, Vandico tem seu sobrinho André como sócio, e pelas mãos do jovem a padaria está toda remodelada; mas continua sendo “a padaria do Hugo”, com os “doces do Vandico”. Não dá até “água na boca”?! ISSO É GENTE QUE FAZ DIFERENÇA!