A Folha da Jabuticaba Comemora o Dia da Revolução Constitucionalista Com Um Poema de Guilherme de Almeida

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Guilherme de Almeida para quem não sabe, foi combatente na Revolução Constitucionalista de 1932, filho de Estevam de Araújo Almeida, professor de direito e jurisconsulto, e de Angelina de Andrade, casado com Belkiss Barroso de Almeida (Baby), de cuja união nasceu o filho, Guy Sérgio Haroldo Estevam Zózimo Barroso de Almeida.

 

Após a Revolução, Guilherme de Almeida ficou exilado em Portugal, sendo homenageado com a Medalha da Constituição, instituída pela Assembléia Legislativa de São Paulo. Sua obra (entre outros poemas maravilhosos como a Canção do Expedicionário),                                  maior de amor a São Paulo foi seu poema Nossa Bandeira que segue abaixo em comemoração ao Dia da Revolução Constitucionalista:

 

Nossa Bandeira

Bandeira da minha terra,
Bandeira das treze listas:
São treze lanças de guerra
Cercando o chão dos paulistas!
Prece alternada, responso
Entre a cor branca e a cor preta:
Velas de Martim Afonso,
Sotaina do Padre Anchieta!
Bandeira de Bandeirantes,
Branca e rôta de tal sorte,
Que entre os rasgões tremulantes,
Mostrou as sombras da morte.
Riscos negros sobre a prata:
São como o rastro sombrio,
Que na água deixara a chata
Das Monções subido o rio.
Página branca-pautada
Por Deus numa hora suprema,
Para que, um dia, uma espada
Sobre ela escrevesse um poema:
Poema do nosso orgulho
(Eu vibro quando me lembro)
Que vai de nove de julho
A vinte e oito de setembro!
Mapa da pátria guerreira
Traçado pela vitória:
Cada lista é uma trincheira;
Cada trincheira é uma glória!
Tiras retas, firmes: quando
O inimigo surge à frente,
São barras de aço guardando
Nossa terra e nossa gente.
São os dois rápidos brilhos
Do trem de ferro que passa:
Faixa negra dos seus trilhos
Faixa branca da fumaça.
Fuligem das oficinas;
Cal que as cidades empoa;
Fumo negro das usinas
Estirado na garoa!
Linhas que avançam; há nelas,
Correndo num mesmo fito,
O impulso das paralelas
Que procuram o infinito.
Desfile de operários;
É o cafezal alinhado;
São filas de voluntários;
São sulcos do nosso arado!
Bandeira que é o nosso espelho!
Bandeira que é a nossa pista!
Que traz, no topo vermelho,
O Coração do Paulista!




 

 

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