GIGETTO: “CAPELETE À ROMANESCA”
Em Sampa, o começo de tudo foi na Avenida Rio Branco, quando os fundadores Luigi D’Olivio (este, o Gigetto em pessoa, apelido equivalente a Luizinho) e Enrico Lenci abriram, em 1938, um lugar onde pudessem reproduzir algumas receitas de sua terra, a Toscana. O sucesso veio depois, com a mudança para a Rua Nestor Pestana, numa região próxima de teatros, cinemas e jornais, o que fez da casa um ponto de encontro de celebridades e boêmios, tendo ido, em 1969, para onde até hoje serve, na linda Rua Avanhandava, 63, Bela Vista, onde os dias foram menos gloriosos, mas ainda assim, atraindo um público cativo.
Até hoje, se busca na antiga cantina “GIGETTO”, porções fartas, que servem duas, três pessoas, que podem se perder indo e voltando pelo vasto cardápio executado com boas mãos, que abrange centenas de itens, como até, para os mais antigos matarem saudade, uma rabada com polenta, ou um pernil de cordeiro, ou um cabrito ao forno. Mas alguns itens já clássicos, em nossa capital paulista, entre as muitas variações de massas, como o Espaguete ao Vôngole, e o CAPELETE À ROMANESCA, que continua sendo um dos mais pedidos, considerado um dos pratos mais tradicionais da cidade!
Mas como surgiu este nome, ao prato de capelete com um molho com presunto, cogumelos, ervilhas, manteiga, parmesão e gorgonzola?! A ideia de misturar estes ingredientes para fazer um molho para capelete não veio de Roma, como o nome sugere. A invenção surgiu na cozinha do Gigetto, na década de 50. E antigos garçons, como Giovanni Bruno, Piero e Lellis, no decorrer dos anos colocaram o famoso prato no cardápio de seus próprios restaurantes, ajudando a disseminar a receita em suas próprias cantinas...
Resgatando a memória paulistana, vale à pena, ainda, apreciar a cantina Gigetto, já que, apesar de rodeada pela “mocidade”, está sacudida e com saúde! No salão com decoração ao estilo 60, com cozinha aberta até tarde, as mesas guardam razoável distância umas das outras, sem aquela sensação de aperto; a casa continua bem conservada e mantém serviço ágil e atencioso, o que às vezes não se encontra em restaurantes do gênero, que mantém funcionários com 20, 25, 30 anos de casa . O mais novo de casa, Damião, já se encontra lá há 6 anos!
Ah! E apesar de sentir-se satisfeitíssimo, não deixe de provar uma das deliciosas sobremesas, como a Tartallete de Nozes ou Charlotte de Amoras, ou, principalmente, um Tiramisù (creme de mascarpone, café, biscoito inglês e cacau), especial!!
Experimentamos e aprovamos. Prove você também!
