Processador mais rápido, câmera melhor, tela com resolução mais alta: todos os avanços que se esperam de uma nova geração de smartphone estão no Galaxy S 4.
Com seu novo celular de topo de linha, a empresa coreana tenta ajudar o usuário a fazer coisas como conversar com pessoas que falam outra língua, monitorar sua saúde e automatizar a criação de álbuns de fotografia.
O esforço em inovar no software parece legítimo, mas o excesso de funções, que às vezes precisam ser ativadas manualmente e nem sempre são bem executadas, pode levar à confusão.
A própria apresentação do aparelho, no teatro Radio City Music Hall, em Nova York, refletiu isso: mesmo os recursos mais impressionantes, como a navegação sem tocar a tela, apenas movendo o dedo no ar à frente do visor, foram demonstrados às pressas, entre uma cena e outra da apresentação teatral do anúncio.
O recurso chamado Smart Scroll decepciona: é preciso inclinar o aparelho para que o conteúdo se mova. Além de o gesto ser esquisito, nem sempre funciona -é mais fácil usar o dedo.
Já a função de pausar o vídeo quando não se está olhando para a tela funciona perfeitamente. Ela interrompe a reprodução cerca de dois segundos depois de o usuário virar o rosto, e a retoma quase instantaneamente quando ele volta a olhar.
O S Translator, tradutor de conversas entre pessoas de idiomas diferentes, suporta o português brasileiro.
A navegação por galerias de fotos e pela web fazendo gestos no ar funciona bem, mas só quando se faz o movimento exatamente à frente da câmera frontal. Além de impressionar os amigos, o recurso pode ser útil se uma das mãos do usuário estiver suja.
É difícil imaginar que alguém consiga (ou queira) incorporar todas as novas funções ao fluxo de uso do celular. Por outro lado, é interessante ter tudo isso à mão.
Quanto ao hardware, o aparelho mantém e reforça algumas das características que o fazem popular, como a tela grande, que ficou ainda maior e mais nítida.
Até características que têm sido abandonadas pela concorrência, como o suporte a cartões microSD e a bateria removível, continuam firmes.
Mesmo depois de ter sido condenada em uma ação movida pela Apple, a Samsung parece não ter deixado o hábito de se inspirar na linguagem visual de concorrentes.
O Samsung Hub, loja virtual para música, vídeos e games, lembra demais o visual do Windows Phone e o do Windows 8, da Microsoft.
Confusões envolvendo funcionalidade e patentes à parte, é razoável supor que, com um bom aparelho como o Galaxy S 4 e milhões de dólares para seu marketing, a empresa mantenha a hegemonia no mercado de smartphones.
Fonte: Folha de São Paulo - http://www1.folha.uol.com.br/ pelo jornalista RAFAEL CAPANEMA.
GALAXY S 4 X IPHONE 5