O BBB e o Causo do Machado

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Noticia o site Clube + TV;  a Delegacia de Repressão aos Crimes Contra o Meio Ambiente de Goiás encerrou nesta terça feira (22) o inquérito contra Dhomini, campeão do BBB 3 e atual participante do BBB 13, e concluiu que o brother mentiu em sua declaração.


O delegado Luziano Severino de Carvalho declarou: ”Fomos à chácara da família do Dhomini. Fizemos a reconstituição do suposto crime e, com ajuda de um veterinário, constatamos que seria impossível arrancar os dentes de um cachorro com um machado sem matar o animal. O machado provocaria lesões graves e profundas que matariam o cachorro”.

 

Segundo o resultado das investigações, tudo não passou de um “causo” de Dhomini, porém suas declarações provocaram a ira de alguns telespectadores e de organizações não governamentais em defesa dos animais.

 

Apenas para comentar a notícia, meu pai ganhou um livro do saudoso Senador Nelson Carneiro, autor do projeto de Lei que instituiu o Divórcio na legislação brasileira que tinha por título 'Palavras Leva-as o Vento'. Hoje, há que se tomar cuidado porque as palavras podem levá-lo à cadeia.

 

Dhomini no BBB13 declara ter efetuado uma operação odontológica em seu cão com instrumentos que nem mesmo na idade média havia se pensado usar para tal cirurgia, qual seja, arrancar os dentes de um cachorro com um machado, instrumento usado principalmente pelos montanheses para derrubar árvores e suar muito. Como ele mesmo (o BBB), declara, foi um ato de vingança porque o cachorro havia lhe mordido. Quem com ferro fere, com o ferro será ferido, ou, olho por olho, dente por dente (literalmente) arrancados para que o cão aprenda não fazer mal uso de seus dentes.

 

Quase todo mundo conhece um, tenho inclusive amigos que contam umas estórias que sabemos ser 'palha'. Comum ouvir, 'o cara é o maior contador de palha (ou paia), que existe', 'mentiroso que nem ele só,' 'queima um campo...' Bom, isto hoje pode dar cadeia, é bom que se saiba. Cuidado os contadores de 'paia' e queimadores de campo, seus dias estão contados, um deslize e... grade.

 

Agora vamos imaginar se o perito veterinário que acompanhou o delegado na chácara chegasse à conclusão de que brincar de dentista com um cachorro usando como instrumento um machado fosse possível! Lá estaria o coitado do contador de causo (conclusão do delegado), preso, ou ao menos indiciado, com todas as formalidades processuais dos processados, que não são poucas.

 

Vamos um pouco mais longe, e se a moda pegar e os delegados começarem a investigar os causos contados pelas esquinas, em bares ao cair da noite, ou nas madrugadas onde o gato já virou onça parda! Podemos imaginar o tamanho do trabalho que terão os bons servidores do Estado em nosso Brasil. Como há necessidade em ser acompanhado de um perito, já que a autoridade não é obrigada a conhecer profundamente todo o universo de peripécias que um contador de causo é capaz de narrar, teremos um batalhão de profissionais espalhados pelos campos, cidades, rios, morros, cavernas e onde mais a imaginação permitir.

 

Assim estamos e assim vivemos em nosso século 21 do ano de 2013, ano que marca o fim dos causos e seus maravilhosos contadores!!!

 

De Zé Figueiredo para Folha da Jabuticaba



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