Cinema: Django Livre

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Se com Bastardos Inglórios, Tarantino deu para a Segunda Guerra Mundial a versão com que todo judeu sempre sonhou, em “Django Livre” o cenário é o velho oeste e quem vai a forra são os escravos negros. O filme é envolvente e prende a atenção o tempo todo, como é característico do diretor a trama se desenrola com longos diálogos repletos de ironia e uma pitada de humor negro.


Isso vale para qualquer filme, mas especialmente em Django Livre, a versão dublada é altamente NÃO recomendada! Com uma atuação maravilhosa por parte dos atores, os diálogos repletos de sotaques e trejeitos jamais serão reinterpretados à altura pelos dubladores e grande parte do filme se perderá. Mesmo que esse seja um detalhe melhor apreciado por quem possui um certo conhecimento de inglês, a emoção transmitida pelos atores pode ser sentida mesmo por quem não compreende o que eles dizem, além de comprometer o perfeito casamento que há entre a fala dos atores, os efeitos sonoros e a trilha sonora, que é um show a parte.

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Com uma boa dose de ação explosiva e violenta, humor negro e diálogos inteligente e divertidíssimos, o filme carrega também uma forte crítica ao período escravagista nos EUA. A atuação de todo o elenco é formidável e o longa merece ser assistido com atenção para que todos os mínimos detalhes, e o filme é repleto deles, sejam observados; e adianto um que considerei interessante: prestem atenção em como Tarantino representa os “negros” e os “brancos” (dois times distintos no filme), no geral, os negros, apesar da condição de escravos, são muito mais bonitos e asseados do que os brancos, que com exceção do querido Alemão Dr. Schultz, companheiro de Django, são bem mais feios e sujos. Nem o bonitão DiCaprio escapou de ter os dentes podres!


O diretor Quentin Tarantino manteve seu estilo de fazer cinema e os podem assistir sem medo de errar, quem não está acostumado com filmes do Tarantino pode se assustar com algumas cenas de violência exagerada que quase beiram o pastelão, mas o filme está muito além disso e vale cada centavo. 


De Célio Figueiredo para a Folha da Jabuticaba.








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