Este é o chafariz da Praça Barão de Mogi Guaçu que está sem torneira certamente pela seca agreste que atacou nossa região onde uma torneira aberta era motivo de desespero geral. Com razão, o mote era economia de água, banhos curtos e mangueira fechada. Agora que o céu desaba sobre nós uma chuva mansa e gostosa, chuva criadeira e muito ainda precisa chover e choverá, a estação é propícia, rogo aos governantes com a humildade que se deve rogar um simples cidadão, certamente com o chapéu na mão e o olhar baixo fitando o chão, para que assim que a visão perceba e a técnica confirme, estabilizado está os reservatórios de água, faça novamente a união de torneira e chafariz para que se estabeleça o esperado equilíbrio na Praça Barão.
Chafariz sem torneira é padaria sem pão, açougue sem carne, amor sem paixão, namoro sem beijo, aperto de mão sem razão, plantação sem água, caboclo sem saudade... e todas as demais inversões caóticas que deixam o coração apertado e o olhar estático. Um chafariz cumpre a Constituição Federal na sua função social de matar a sede de todo cidadão, visitantes nacionais ou alienígenas, andarilhos e até quem sabe seres de outras galáxias que dizem andar por aqui folgadamente, mas que certamente estarão sujeitos a nossa fragilidade maior, qual seja, a sede, isto tudo sem cobrar um tostão, água à vontade que jorra, cai e respinga na grade de ferro, beleza que acompanha todo o conjunto. Assim feito o requerimento, espero e aguardo deferimento.
Zé Figueiredo
