Eduque sua vontade

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Os homens se estranham, natural, os porcos também se estranham, quem conhece um pouco da vida rural se lembra que quando colocamos um porquinho de outra fazenda no meio do nosso mangueiro, damos a ele um banho de lama para que seja confundido, e não apanhe às vezes até a morte. 

 

Os homens se estranham de uma forma mais violenta já que temos uma racionalidade mais apurada que os animais, não agimos apenas por impulso, por instinto, podemos refletir a respeito de nossa vida, de nossa morte, então podemos refletir sobre nossos atos violentos educando nossa vontade.

 

Toda imposição legal não é suficiente, o ato normativo, está comprovado pela observação, não inibe o delinquente, os crimes continuam acontecendo e às largas, e o mesmo ocorre com o estranhamento humano a respeito da raça, da cor da pele, da situação econômica e social, da aparência física, da opção sexual e acredito não conseguir delimitar todo o tipo de investida maldosa que um terráqueo é capaz de oferecer ao seu conterrâneo!

 

A religião também fracassou, creio que o conceito religioso surgiu com a intenção de abrandar moralmente o homem, mas o recurso usado para o êxito da jornada é sempre um castigo, uma pena a ser paga aqui ou após a morte ou em outra vida, sendo o medo o principal argumento dos religiosos, que com o iluminismo começou a perder força, sendo que algumas religiões resolveram abraçar o capitalismo, fazendo do dinheiro e da promessa de uma vida com muitos bens materiais o verdadeiro sentido da vida, abandonando assim, com esta prática, toda e qualquer beleza e sentido maior que se poderia encontrar nestas religiões.

 

O Estado busca soluções, mas o Estado é representado por homens e homens que também através da observação, não demonstram na sua grande maioria uma conduta ética e honesta, os escândalos repetidos e estampados nos jornais e revistas comprovam o argumento, assim a intenção de um político depende de tantos fatores externos, num universo de busca pelo poder, que a solução dos problemas se perde numa enxurrada de interesses particulares entre outros, onde nada se soluciona.

 

 As famílias também fracassaram nesta empreitada, já que a grande maioria da população foi criada e educada em um lar e mesmo assim os problemas de desentendimento e desrespeito mútuo continuam em todo o planeta, sem exceção, não apenas na forma de ataque violento ao outro, mas também ao desprezo ao outro, que é uma das maneiras mais perversas de provocação e aniquilamento de um cidadão.

 

 A solução certamente está na educação, na formação da criança e esta formação tem que ser ministrada nas escolas desde a pré-escola. A escola precisa passar noções e idéias que são aceitas por toda a sociedade, por toda a humanidade. A questão não é religiosa, não é partidária, não é territorial, a questão é universal, até onde este universo é conhecido. Os princípios a serem incutidos nas crianças pelas escolas serão princípios admitidos por toda sociedade, não havendo perigo de uma formação tendenciosa. E quais seriam estes princípios?

 

São princípios básicos de convivência e respeito pelo outro, sendo que outro se entende por qualquer ser racional, irracional, vegetal e mineral, ou melhor, respeito por tudo que nos rodeia. Este respeito será exercido pela prática da honestidade, da ética e da gentileza com tudo que nos envolve, com tudo que está ao nosso lado, ao nosso alcance.

 

De que adianta vasto conhecimento e cultura, descobertas científicas, sondas lunares e telescópios gigantes se nos atracamos como monstros desordenados? Se nos desrespeitamos uns aos outros pelas nossas diferenças neste mundo em que uma das formas de beleza é exatamente a diversidade?

 


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