FALANDO EM CIGARRINHO DE PALHA...

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Falando em cigarrinho de palha com recheio de cabelo de milho, lembrei de um negócio que quero contar, mas antes quero explicar que eu sou um fumante (dois maços por mês), que não traga, assim sou odiado por duas classes distintas, fumantes e não fumantes. Os fumantes me desprezam porque eu fumo, mas não trago e os não fumantes porque eu não trago, mas fumo.

Parece que sempre tive uma fixação por cigarro, meus filhos dizem que eu nasci pra ser fumante, o que aconteceu que atrapalhou este destino ainda não apuramos. Assim, quando morava em São João da Boa Vista, entre sete a nove anos de idade, eu colecionava maços de cigarros vazios que eram jogados na rua. Andava sempre de olho na calçada e quando encontrava, pegava, abria, arrumava direitinho e fazia um maço que parecia de notas numa carteira. Havia figurinhas fáceis como Continental, Minister, Hollywood entre outras e as difíceis que não lembro os nomes.

Quando passei de ano na escola (era assim que falava), meu pai perguntou o que eu queria fazer para comemorar e eu disse, fumar um cigarro. Que marca? Luiz XV, disse. Saímos juntos para comprar, compramos. De noite, eu e meu pai (que não era fumante), sentamos na frente da nossa televisão, ainda em branco e preto, abrimos o maço e ficamos fumando, eu um, meu pai outro e assim foi. No outro dia acordei com uma bronquite de dar medo, nem fui à escola, mas o ano estava terminando e eu já havia passado.

Aqueles tempos eram assim, simples assim.



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