Dar aula deve ser gratificante. Ser professor, poder se intitular como um profissional que passa a vida distribuindo conhecimento, transferindo aquilo que sabe para outra pessoa, enriquecendo o outro sem nada perder, ajudando na formação intelectual de uma criança, de um jovem, de um adulto, de um ancião (ancião é sábio, idoso é chato), tendo ainda a oportunidade de orientar seus alunos nas mais variadas indagações, podendo inclusive, como os antigos preceptores, aplainar o caminho de seus discípulos com bons conselhos e exemplos de vida, realmente deve ser prazeroso.
Ocorre que, lendo os jornais, assistindo ao youtube, ouvindo relatos de professores, percebo que alguns alunos não nutrem mais pelo seu professor o mesmo respeito que outrora se fazia presente. Inclusive assisti pelo PC uma cena estarrecedora de um aluno chutando (literalmente) uma diretora no corredor da escola, visão esta que realmente me tiraria o sono, se isso fosse possível.
Quando um pai leva seu filho ou filha à escola, ou mesmo o jovem ou adulto que a ela se dirige, certamente é com o intuito de obter conhecimento. Acredito que seja esta a primeira razão. Na verdade um aluno ao entrar na escola, está entregando-se de corpo e alma aos seus professores que certamente estão preparados para recebê-lo e iniciá-lo a uma grande aventura, a proeza do saber.
Assim, como será que deve se portar o aluno diante de seu professor? Como será que se portou Alexandre, também conhecido como 'O Grande' diante de Aristóteles? Como será que se portou Saulo, também conhecido como Paulo de Tarso diante de Gamaliel? Certamente o encontro e a convivência destas crianças com seus preceptores foi de grande respeito e atenção, e pelo que consta dos livros históricos, surtiu efeito em suas vidas.
Ao que tudo indica, no presente momento, a visão do ponto de vista do aluno e de seus pais perante à escola, é apenas comercial, uma troca simples, eu pago (ou por mensalidades ou por impostos no caso do ensino público), e você escola, educa. Todo o maravilhoso processo de ensinamento, troca de conhecimento, respeito, ética... é esquecido, deixado para trás. Entrar em uma escola é mais parecido com entrar em um templo do que em um mercado (embora os mercados sejam lugares espetaculares), mas educação não é mercadoria. Educação envolve mente, alma, convivência respeitosa e sadia, entre outros princípios.
O professor precisa ser respeitado e o aluno deve percebê-lo como um profissional habilitado a caminhar e encaminhá-lo pela senda do saber, e para que essa mágica funcione, é preciso reverenciar o professor, senão, acredito, ir à escola de nada adianta. Certamente era assim que se portava Paulo, que se portava Alexandre e posso até sentir, imaginando o olhar daqueles meninos diante de seu mestre! Quanto respeito por aquele personagem de certa forma misterioso, portador de saberes para eles desconhecidos, portador de chaves que poderão abrir específicas portas, guardiães de segredos que um dia lhes serão transmitidos.
Assim, respeito é bom, e o professor gosta!