Carnaval

Casa Branca inicia um novo ano e como sempre as esperanças se renovam, como quando tomamos fôlego para o início de uma nova tarefa. Somos assim, ao transpormos o dia 31, acreditamos que uma nova força será a nós concedida e um sentimento de leveza nos invade, então, mãos à obra.

 O nosso novo prefeito revela, "não haverá carnaval nesse ano". Uma medida certamente corajosa da prefeitura municipal, que não se preocupou com um possível desgaste precoce de sua imagem perante à população.

 Tempos idos e com saudades lembrados, Casa Branca era uma cidade bastante animada com seu carnaval de rua que descia a Rua da Estação, com blocos, escolas de samba e figuras ilustres que se fantasiavam com um tema a cada ano e nos brindava com alegria e bom humor. Como era leve aquele tempo. Certamente os prefeitos tinham seus problemas, porque problemas jamais faltarão, nem para o Estado, nem para o cidadão, mas a folia falava mais alto e o folião era o dono da cidade nos três dias de carnaval.

 Havia também carnaval nos salões, e após o desfile todos ficavam perambulando pelas ruas, aos poucos enchendo os recintos destinados a destilar a tristeza e brindar a alma com a alegria, a dança, as marchas, os abraços, os beijos roubados das lindas colombinas que com beleza enfeitavam o salão.

 O Carnaval é um acontecimento social de grande importância, marcado pela alegria, pelo encontro, pela mistura de pessoas que se entrelaçam, nas ruas, nas praças, nos bares, nas boates e casas noturnas, mãos que se dão, corpos que se abraçam, beijos que brotam até o despertar do dia, saudando a liberdade de ser, de sentir prazer, de viver.

 Há setores da sociedade que combatem o carnaval argumentando ser uma festa onde reina a violência, o prazer carnal barato, porta para o consumo de drogas entre outros, mas esquecem que estes problemas não estão presentes apenas nos dias de carnaval e sim o ano todo e inclusive dentro de muitas instituições respeitáveis.

 Não há como negar que Casa Branca estará mais triste neste carnaval. O folião não receberá do prefeito as chaves da cidade, como aconteceu no Rio de Janeiro em 2012, em que o prefeito Eduardo Paes entregou a chave da cidade ao Rei Momo e ainda declarou que estava licenciado do cargo e anunciava que qualquer problema na cidade agora o Rei Momo é quem resolveria. 

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