Livro do mês: O Apanhador no Campo de Centeio

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Originalmente publicado em 1951, "O Apanhador no Campo de Centeio" (Editora do Autor), único romance de J.D. Salinger, funcionou como uma bomba de efeito retardado, pois só alcançou o sucesso de público anos depois, apesar de bem recebido pela crítica.

Este romance é famoso pela acusação infundada de estimular o comportamento psicótico nos jovens. Entrou para a lista dos cem melhores livros do século 20, resultado de votação organizada pelo caderno "Mais!" da Folha em 1999.

 O Apanhador no Campo de Centeio narra um fim-de-semana na vida de Holden Caulfield, jovem de 16 anos vindo de uma família abastada de Nova York. Holden, estudante de um reputado internato para rapazes, volta para casa mais cedo no inverno depois de ter recebido más notas em quase todas as matérias e ter sido expulso. No regresso a casa, decide fazer um périplo adiando assim o confronto com a família. Holden vai refletindo sobre a sua curta vida, repassa sua peculiar visão de mundo e tenta definir alguma diretriz para seu futuro. Antes de enfrentar os pais, procura algumas pessoas importantes para si (um professor, uma antiga namorada, a sua irmãzinha) e tenta explicar-lhes a confusão que passa pela sua cabeça. Foi este livro que criou a cultura-jovem, pois na época em que foi escrito, a adolescência era apenas considerada uma passagem entre a juventudade e a fase adulta, que não tinha importância. Mas esse livro mostrou o valor da adolescência, mostrando como os adolescentes pensam.


Número de páginas: 208


SOBRE O AUTOR

O seu livro mais conhecido, "O Apanhador no Campo de Centeio", foi lançado em 1951, quando ele tinha 32 anos.

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O personagem principal do livro, o adolescente Holden Caulfield, se tornou símbolo da geração de jovens do pós-guerra.

 A obra foi um sucesso mundial, e vendeu mais de 60 milhões de cópias em todo o globo.

Jerome David Salinger morreu com 91 anos, quando faleceu estava sem publicar um trabalho havia mais de quatro décadas.

 "Amo escrever", disse Salinger em 1974, em uma de suas raras entrevistas, ao jornal "The New York Times". "Mas, só escrevo para mim mesmo e para o meu prazer."

 O último trabalho literário publicado assinado por ele foi "Hapworth 16, 1924", em junho de 1965.

 O autor, filho de um judeu importador de queijos kosher e de uma escocesa-irlandesa que se converteu ao judaísmo, cresceu em um apartamento da Park Avenue, em Manhattan, estudou durante três anos na Academia Militar de Valley Forge e em 1939, pouco antes de ser enviado à guerra, estudou contos na Universidade de Columbia.

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 Durante a Segunda Guerra Mundial ele se alistou na infantaria, e esteve envolvido com a invasão da Normandia. Os companheiros de exército de Salinger o consideravam corajoso, um verdadeiro herói.

 Em relação a outros escritores, Salinger classificou Ernest Hemingway (1899-1961), que conheceu em Paris, e John Steinbeck (1902-1968) como de segunda categoria, mas expressou sua admiração por Herman Melville (1819-1891).

 Em 1945, Salinger casou-se com uma médica francesa chamada Sylvia, de quem se divorciou e, em 1955, casou-se com Claire Douglas, união que também terminou em divórcio em 1967, quando se acentuou a reclusão do escritor em seu mundo privado e seu interesse pelo budismo zen.

 Salinger namorou durante algum tempo, na década de 1980, a atriz Elaine Joyce, e no final daquela década se casou com a enfermeira Colleen O'Neill, 45 anos mais jovem que o autor. Pouco se sabe sobre a vida conjugal do casal, pois Colleen adotou o código de silêncio de seu marido, e não concedia entrevistas.

 Os primeiros contos de Salinger foram publicados em revistas como "Story", "Saturday Evening Post", "Esquire" e "The New Yorker" na década de 1940, e o primeiro romance "O Apanhador no Campo de Centeio" transformou-se imediatamente em sucesso e lhe consagrou aos olhos da crítica internacional.

 Os outros livros dele editados no Brasil são as coleções de contos "Nove Estórias" e "Franny & Zooey" e dois pequenos romances reunidos em "Carpinteiros, Levantai Bem Alto a Cumeeira; Seymour - Uma Introdução".

 Muitas das histórias reunidas nessas obras tem como personagens centrais a família Glass, cujos filhos foram crianças prodígios e os pais, artistas.


CURIOSIDADES QUE ENVOLVERAM O NOME DO AUTOR OU O LIVRO


- Além da música Who Wrote Holden Caulfield (Kerplunk!, de 1992), o Green Day faz referências a Holden Caulfield nos cinco álbuns da banda.

 

- A letra de In Hiding, do Pearl Jam, fala sobre tentar achar a casa de Salinger. Eddie Vedder disse ao NME que, no fundo, é uma metáfora sobre tentar encontrar a casa de Deus, "como se Ele fosse um recluso; você encontra a casa Dele, abre Sua caixa de correspondência e descobre que está cheia de junk mail".

 

- Quando perguntaram a Mark Chapman por que ele matara John Lennon, o perturbado-mental-ou-pau-mandado-da-CIA disse: "Leia O Apanhador no Campo de Centeio e você descobrirá porque o fiz. Esse livro é meu argumento".

 

- Outro fato curioso é que o atirador que tentou matar Ronald Reagan, em 30 de abril de 1981, afirmou a mesma coisa, ou seja, que teria tirado do livro a inspiração para matar o presidente Reagan.

 

- Em uma referência a Chapman, o filme Teoria da Conspiração traz Mel Gibson no papel de um lunático que compra todas as cópias de O Apanhador... que consegue encontrar, sem nunca ter lido o livro.

 

- A Disney tem um projeto de produzir uma versão animada de O Apanhador... com um pastor alemão como Holden Caulfield... (que Deus nos livre e o santo Salinger proiba todo esse lixo!).

 

- A banda americana The Caulfields.

 

- A gravadora indie Caulfield Records (PO Box 84323 Lincoln, NE 68501 USA).


Créditos da pesquisa:

http://criticaanalise.blogspot.com.br

http://www1.folha.uol.com.br

 http://screamyell.com.br



 

 


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