Cristo Abandonado

Por Zé Figueiredo para a Folha da Jabuticaba

            Como contam, a história do Cristo Redentor começou em 1859, quando o padre Pedro Maria Boss teve a idéia de erguer um monumento religioso no Morro do Corcovado, que anos antes era chamado de Pináculo da Tentação. Ele pediu recursos para a Princesa Isabel, mas ela negou. Somente em 1921 é que o projeto foi retomado. (Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/cristo-redentor/index.php#ixzz1wXevfXeL).

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            Assim, ao que parece, muitas cidades foram construindo seu próprio Cristo, geralmente colocado em algum lugar estratégico, um morro, uma elevação de onde é reverenciado por aqueles que comungam a mesma fé religiosa, ou mesmo, pelo símbolo artístico. A verdade é que estes monumentos normalmente se tornam pontos turísticos, são visitados por muitas pessoas e acabam se tornando um portal que espelha a cidade visitada, muitas vezes, orgulho de seus moradores.

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            A Folha da Jabuticaba por sua vez, visitou o novo Cristo Redentor de nossa cidade, construído há 10 anos, já que Casa Branca ostentava seu tradicional e belo Cristo na praça Barão de Mogi-Guaçú, em frente a igreja Matriz. O motivo da construção de um novo Cristo não é por nós conhecido, mas o estado em que se encontram as instalações do novo Cristo é calamitoso. Uma construção efetuada em um belo local, com vista para a cidade e para as nossas famosas boçorocas, razão e orgulho de estudiosos e poetas casabranquenses, de onde o visitante poderia se deleitar com a natureza crua que em fendas se mostra nua, na verdade se por lá passar, ficará espantado com o descaso, o abandono total das instalações, a depredação, a ponto de se indagar o que de fato representa este monumento para a nossa cidade. Qual o interesse verdadeiro da construção deste edifício artístico, já que após dez anos fora completamente abandonado? Será que há um conflito de interesse negativo sobre o mesmo? Cercas rasgadas, chão repleto de esterco bovino, vidros quebrados, instalações sanitárias arrancadas, tudo em total e completo abandono. O que pensará o cidadão e o turista incauto que ao avistar de longe a imagem do Cristo por lá se aventurar? Que imagem terá de nossa cidade, inclusive religiosa? O que de fato representa para a cidade e para a Igreja este Cristo abandonado? Não devemos nos envergonhar? Interessante notar que nos livros do Novo Testamento, Cristo crucificado em sua agonia começa a salmodiar e clama: "Eli, eli, lamá sabactâni". Ao que parece, este símbolo artístico e religioso de Casa Branca também clama e pergunta, porque a cidade lhe abandonou!

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