Por Zé Figueiredo
Fui tomar um café em um shopping em São
Paulo. Pedi um cafézinho, paguei, sentei e
logo fui servido. Coloquei um adoçante,
comi a bolachinha de goiaba muito gostosa que normalmente o acompanha, dei uma
bicadinha no café esperando esfriar mais
um pouco e enquanto isto, minha atençāo se
voltou para o meu tablet procurando uma localizaçāo, distraído, fui com os olhos
buscar meu café. Cadê? Havia desaparecido, abduzido pela gentil garçonete que certamente com sua costumeira pressa em servir bem,
serviu mal.
Não me importei, um cafézinho é apenas um cafézinho, mas fiquei lá sentado meditando sobre o acontecimento, pensando em vários restaurantes, lanchonetes e coisas do tipo, principalmente nos centros maiores como São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto entre outros que costumo frequentar com maior frequência ou somente de passagem uma única vez, e um padrão apareceu. Percebi que assim que descanso os talheres no prato, o garçom ansiosamente retira meu prato como se aquele prato vazio estivesse ofendendo a minha visão, ou a visão dos outros fregueses. Certamente todos são assim orientados a agir por alguma regra contemporânea, porque há tempos idos e não mais vividos, o prato poderia sem problema participar da última conversa na mesa sem se sentir constrangido por ter sido motivo de uma deliciosa refeição e agora somente abrigar os restos que se não foram ingeridos, certamente não o foram por desprezo, mas por uma cuidadosa e sincera triagem sem maiores ofensas ao cardápio e ao chef gourmet. São restos de um delicioso combate travado em nome não somente da fome, mas também e principalmente do prazer, que com orgulho se esparramam pelo campo de batalha.
Assim não vejo motivo para tal desespero e pressa, mas os tempos mudam e já resolvi, quando voltar naquele café, vou levar junto comigo um tubinho de Super Bonder!
Comente!