Dizem que os mortos vivem na lembrança dos vivos o que é uma verdade, mas, e quando o sujeito é lembrado além de seus mais próximos familiares e amigos, como no caso de uma pessoa pública, ou de um cidadão ou cidadã que destinou sua vida ao auxílio dos mais necessitados e outras formas benéficas de se viver em sociedade, mesmo assim, vale a pena ser lembrado?
Jesus de Nazaré é lido em quatro principais livros, embora haja muitos outros, reunidos em um livro maior chamado Novo Testamento pelos cristãos e adeptos do cristianismo, ou mesmo simples admiradores, entre outros. Se pegarmos estes livros e fizermos um resumo, além de toda complexidade teológica que não cabe ao caso, veremos que a doutrina se baseia principalmente no perdão, no amor incondicional, na paciência, no respeito ao próximo, na valorização da natureza, na tranquilidade e confiança para enfrentar o dia seguinte, na verdadeira dimensão dos bens materiais representado pelo dinheiro e o cuidado para que não faça dele seu principal mestre, no carinho pelas crianças, entre outros grandes ensinamentos que permeiam todos os livros.
Mesmo com estes princípios acima descritos que não deixam dúvidas de serem extremamente pacíficos e ordeiros, muitas pessoas neste mundo foram mortas sob ordem de instituições religiosas e pessoas ligadas diretamente a estes mesmos princípios, de maneiras extremamente dolorosas, guerras 'santas' que se travaram, perseguições e aflições espalhadas como vento, crianças vítimas de abuso sexual e por fim o dinheiro que motiva pregadores inescrupulosos enganando fiéis e disputando território como matilhas de lobos.
Neste mesmo momento, a televisão noticia a revolta de religiosos ligados ao profeta Maomé que segundo a tradição religiosa de seus seguidores, não pode ser representado, obrigando respeito até aos que não seguem sua ideologia, não limitando a crença e seus dogmas aos seus fiéis, mas a todo o planeta e assim em nome de outro líder religioso que pregou a paz, a boa convivência e a responsabilidade, muitas vidas irão se perder.
Será que estes homens, entre outros que deixaram uma mensagem de paz, estão felizes com o resultado de permanecerem na lembrança por muitos séculos? Será que esperavam que princípios de paz fossem transformados em guerras? Será que tinham a mínima ideia de que em seu nome muito sangue seria derramado e que as pessoas se esqueceriam de suas palavras e se enfrentariam num corpo a corpo pelas ruas como vândalos? Vale a pena ser lembrado?
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